terça-feira, 25 de outubro de 2022

DISCURSO DE AGRADECIMENTO E ENCERRAMENTO DA XXII JORNADAS FILOSÓFICAS

 - Reverendos padres, formadores deste seminário e das casas de formação Religiosas

- Respeitado Mestre Ergimino Pedro Mucale, ilustre orador magno desta XXII edição das jornadas filosóficas

- Digníssimos membros do juri

- Estimados docentes e colaboradores desta instituição

- Amados seminaristas/estudantes desta magna casa, especialmente os nossos ilustres irmãos da turma do 3º Ano

- Caríssimos convidados aqui presentes e todos os que nos acompanham através das redes sociais e da Rádio Maria

 


A graça de Deus nosso Pai, o amor de Cristo e a comunhão do Santo Espírito de Deus a todos assista e acompanhe.

«O bom senso é a coisa do mundo mais bem distribuída: todos pensamos tê-lo em tal medida que até os mais difíceis de contentar nas outras coisas não costumam desejar mais bom senso do que aquele que têm.» - René Descartes

Parece que ser um imperativo servir-se de um aforismo para introduzir um discurso, tal como temos vindo a verificar ao longo destes 3 dias. Deste modo, permitam-nos fazer uso desta magnífica abertura da obra «O Discurso do Método» para introduzir esta nossa singela partilha.

Certamente que nos sentimos bem nutridos e animados por palavras explêndidas e desafiadoras, que os nossos investigadores e oradores nos proporcionaram ao longo destas jornadas. Foram, sem dúvidas, momentos de profundidade intelectual e de eloquência na linguagem. Fazendo novamente recurso ao aforismo que nos serviu de introdução e que nos recorda que o bom senso é a coisa do mundo mais bem distribuída, temos a certeza que cada um pôde colher o necessário para sustentar a sua caminhada e, de modo muito especial, o compromisso de nos empenharmos na edificação de um Moçambique melhor, que é parte da nossa missão enquanto construtores do Homem Novo.

Os desafios são muitos e o que daqui levamos como fruto destes dias de reflexão, com base no trabalho de investigação levado a cabo por estes amantes da sabedoria, não são respostas finais e nem podem ser interpretados como solução para todos os problemas aqui levantados assim como aqueles que aqui não foram mencionados.

Temos aqui uma proposta de reflexão e um ponto de partida na busca de novas luzes que devem nortear a nossa caminhada com vista a alcansar metas importantes no campo da educação, à luz destes dois pensadores: Santo Agostinho e Edgar Morin.

Fica claro que o caminho proposto é de uma educação integral, que deve concorrer para edificação do homem no seu todo, isto é, na complexidade do seu ser, superando os limites da fragmentação, que muitas vezes atrofiam e criam barreiras. O princípio que nos deve orientar neste percurso é o de que «o Homem é um Todo e o todo é maior do que a soma das partes». Como tal, a educação não pode ser afunilada nem exclusiva, mas sim inclusiva e aberta, tendo em conta a transcendência e a complexidade do Homem.

Assim teremos lançado as bases para superar alguns limites do processo educativo actual, onde podemos encontrar ilustres pensadores incapazes de mudar uma lâmpada fundida na própria cozinha; mentes brilhantes que não sabem para que serve uma enxada ou como usar uma gadanha; precisamos superar o «neo-dualismo» que hoje se tem cultivado, onde se pensa que ser intelectual é incompatível com executar tarefas que exigem maior esforço físico, e por conseguinte, sujar os belos fatos com suor e poeira. Como seria bom que as mãos especializadas em manusear esferográficas e laptop’s fossem, igualmente, sublimes a limpar as feridas e lavar as roupas do mendigo à beira do caminho!


Estamos cientes que os filósofos que sairão do seio deste auditório, serão mentores deste projecto educacional em todas as instâncias sociais, no nosso amado Moçambique. Que os futuros sacerdotes e servidores da Igreja que aqui se formam sejam homens formados em todos os âmbitos desta complexidade do ser humano. Não sejamos perítos apenas no saber intelectual, mas valorezemos sempre todos os âmbitos do saber, seja ela intelectual, prático, ético ou espiritual.

Chegado este momento, senhoras e senhores, não podemos deixar de manifestar a nossa gratidão e alegria pela presença e participação de todos aqui neste auditório e daqueles que nos acompanham através das nossas plataformas e aos ouvintes da Rádio Maria.

O nosso agradecimento vai, necessáriamente, para o nosso orador magno não só por nos agraciar com a sua presença, mas também pelas palavras sábias e reconfortantes que nos deixou. Igualmente, a nossa gratidão é extensiva aos prezados membros do Juri, que nos acompanhou e assistiu nestes três dias.

A nossa palavra de carinho e apreço vai para os nossos caros docentes que partilham seus conhecimentos e experiências de vida com os nossos estudantes; particularmente aos que acompanharam estes alunos do 3º Ano e têm a oportunidade de testemunhar hoje o fruto do vosso esforço e dedicação.

Agradecemos à Rádio Maria por nos acompanhar ao longo destes dias, aproximando-nos daqueles que não poderam estar fisicamente presente connosco. Agradecemos a todos que estiveram aqui nestes dias e contribuiram de diversas formas para abrilhantar estas jornadas.

Como não agradecer todos os alunos desta instituição, muito particularmente a turma do 3º Ano que organizaram, prepararam e possibilitaram a realização destas jornadas! Além dos oradores que por aqui passaram, foi visível o empenho de todos nas mais diversas tarefas importantes para o sucesso deste evento, desde as comunicações até à animação, sem esquecer toda a logísitica. Aos alunos do 2º Ano, o testemunho vos foi hoje entregue e o vosso trabalho começa, neste preciso momento, com vista às Jornadas do próximo ano. Esperamos muito de vós.

Minhas Senhoras e meus senhores, é com elevada honra e sentimento de júbilo que, pela incumbência da missão que me foi confiada, declaro encerrada a XXII edição das Jornadas Filosóficas, do ano 2022.

 

Matola, 21 de Outubro de 2022

O Vice-reitor