terça-feira, 11 de dezembro de 2012

"Intima ecclesiae natura" Carta Apostólica de Bento XVI na forma de "Motu proprio" sobre o serviço da caridade


Proémio

«A NATUREZA ÍNTIMA DA IGREJA exprime-se num tríplice dever: anúncio da Palavra de Deus (kerygma-martyria), celebração dos Sacramentos (leiturgia), serviço da caridade (diakonia). São deveres que se reclamam mutuamente, não podendo um ser separado dos outros» (Carta enc. Deus caritas est, 25).
Portanto, também o serviço da caridade é uma dimensão constitutiva da missão da Igreja e expressão irrenunciável da sua própria essência (cf. ibidem); todos os fiéis têm o direito e o dever de se empenharem pessoalmente por viver o mandamento novo que Cristo nos deixou (cf. Jo 15, 12), oferecendo ao homem contemporâneo não só ajuda material, mas também refrigério e cuidado para a alma (cf. Carta enc. Deus caritas est est, 28). A Igreja é chamada à prática da diakonia da caridade também a nível comunitário, desde as pequenas comunidades locais passando pelas Igrejas particulares até à Igreja universal; por isso, há necessidade também de «organização enquanto pressuposto para um serviço comunitário ordenado» (cf.ibid., 20), uma organização articulada mesmo através de expressões institucionais.
A propósito desta diakonia da caridade, sublinhei na Carta encíclica Deus caritas est que «é consonante à estrutura episcopal da Igreja o facto de, nas Igrejas particulares, caber aos Bispos enquanto sucessores dos Apóstolos a primeira responsabilidade pela realização» do serviço da caridade (n. 32), e observava como «o Código de Direito Canónico, nos cânones relativos ao ministério episcopal, não trata explicitamente da caridade como âmbito específico da actividade episcopal» (ibidem). Entretanto «Directório para o ministério pastoral dos Bispos aprofundou, de forma mais concreta, o dever da caridade como tarefa intrínseca da Igreja inteira e do Bispo na sua diocese» (ibidem), mas permanecia a necessidade de preencher a referida lacuna normativa, para aparecer adequadamente expressa, no ordenamento canónico, a essencialidade do serviço da caridade na Igreja e a sua relação constitutiva com o ministério episcopal, delineando os contornos jurídicos que este serviço comporta na Igreja, sobretudo se for praticado de forma organizada e com o apoio explícito dos Pastores.
Por isso, nesta perspectiva, pretendo com o presente Motu Proprio fornecer um quadro normativo orgânico que sirva para ordenar melhor, nas suas linhas gerais, as diversas formas eclesiais organizadas do serviço da caridade, que está intimamente ligado com a natureza diaconal da Igreja e do ministério episcopal.
Em todo o caso, é importante ter presente que «a acção prática resulta insuficiente se não for palpável nela o amor pelo homem, um amor que se nutre do encontro com Cristo» (ibid., 34). Portanto, na sua actividade caritativa, as variadas organizações católicas não se devem limitar a uma mera recolha ou distribuição de fundos, mas sempre devem dedicar uma especial atenção à pessoa necessitada e, de igual modo, efectuar na comunidade cristã uma singular função pedagógica, favorecendo a educação para a partilha, o respeito e o amor, segundo a lógica do Evangelho de Cristo. Com efeito, a actividade caritativa da Igreja, nos seus diversos níveis, deve evitar o risco de se diluir na organização assistencial comum, tornando-se uma simples variante da mesma (cf. ibid., 31).
As iniciativas organizadas no sector da caridade, que são promovidas pelos fiéis nos vários lugares, são muito diferentes entre si e exigem uma gestão apropriada. De modo particular, desenvolveu-se a nível paroquial, diocesano, nacional e internacional a actividade da «Caritas», instituição promovida pela hierarquia eclesiástica, que justamente conquistou o apreço e a confiança dos fiéis e de muitas outras pessoas em todo o mundo pelo testemunho generoso e coerente de fé, assim como pela incidência concreta com que acode às solicitações dos necessitados. A par desta vasta iniciativa, sustentada oficialmente pela autoridade da Igreja, têm surgido em vários lugares numerosas outras iniciativas, que brotaram do livre empenhamento de fiéis que querem, de diferentes formas, contribuir com o próprio esforço para testemunhar concretamente a caridade para com os necessitados. A primeira e as segundas são iniciativas diversas por origem e regime jurídico, embora exprimam igualmente sensibilidade e desejo de responder a um mesmo apelo.
A Igreja enquanto instituição não se pode declarar alheia às iniciativas promovidas de modo organizado, livre expressão da solicitude dos baptizados pelas pessoas e povos necessitados. Por isso, os Pastores acolhem-nas sempre como manifestação da participação de todos na missão da Igreja, respeitando as características e a autonomia de governo que, segundo a sua natureza, competem a cada uma delas como manifestação da liberdade dos baptizados.
Ao lado delas, a autoridade eclesiástica tem promovido, por iniciativa própria, obras específicas através das quais provê, institucionalmente, a encaminhar as doações dos fiéis para formas jurídicas e operativas adequadas que consintam chegar mais eficazmente à solução das necessidades concretas.
Ora, na medida em que tais actividades são promovidas pela própria hierarquia ou então explicitamente sustentadas pela autoridade dos Pastores, é preciso garantir que a sua gestão se realize de acordo com as exigências da doutrina da Igreja e segundo as intenções dos fiéis e respeite também as normas legítimas estabelecidas pela autoridade civil. Face a estas exigências, tornava-se necessário determinar no direito da Igreja algumas normas essenciais, inspiradas nos critérios gerais da disciplina canónica, que tornassem explícitas neste sector de actividade as responsabilidades jurídicas assumidas pelos vários sujeitos nela envolvidos, delineando de modo particular a posição de autoridade e coordenação que compete ao Bispo diocesano a este respeito. Contudo, tais normas deviam possuir suficiente amplitude para abranger a notável variedade de instituições de inspiração católica, que como tais operam neste sector, quer as que nasceram sob o impulso da própria hierarquia, quer as que surgiram da iniciativa directa dos fiéis mas foram acolhidas e encorajadas pelos Pastores locais. Apesar da necessidade de estabelecer normas a este respeito, era preciso ter em consideração quanto exigido pela justiça e pela responsabilidade que os Pastores assumem diante dos fiéis, no respeito da legítima autonomia de cada ente.
Disposições
Em consequência, por proposta do Cardeal Presidente do Pontifício Conselho «Cor Unum», ouvido o parecer do Pontifício Conselho para os Textos Legislativos, estabeleço e decreto quanto segue:
Art. 1
§ 1. Os fiéis têm o direito de associar-se e instituir organismos que realizem específicos serviços de caridade, sobretudo a favor dos pobres e atribulados. Na medida em que se apresentem relacionados com o serviço da caridade dos Pastores da Igreja e/ou pretendam valer-se da contribuição dos fiéis para tal finalidade, devem submeter os próprios estatutos à aprovação da autoridade eclesiástica competente e observar as normas seguintes.
§ 2. Nos mesmos termos, os fiéis têm direito também de constituir fundações para financiar iniciativas caritativas concretas, segundo as normas dos cânn. 1303 CIC e 1047 CCEO. Se este tipo de fundações corresponder às características indicadas no § 1, deverão ser observadas também, congrua congruis referendo, as disposições da presente lei.
§ 3. Além de respeitar a legislação canónica, as iniciativas colectivas de caridade, a que se refere o presente Motu Proprio, são obrigadas a seguir na sua actividade os princípios católicos e não podem aceitar compromissos que de alguma forma condicionem a observância destes princípios.
§ 4. Os organismos e as fundações promovidos com fins de caridade pelos Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica são obrigados à observância das presentes normas e, neles, deve cumprir-se também quanto estabelecido pelos cânn. 312-§ 2 CIC e 575-§ 2 CCEO.
Art. 2
§ 1. Nos estatutos de cada organismo caritativo, a que se refere o artigo anterior, além dos cargos institucionais e das estruturas de governo, segundo o cân. 95-§ 1, serão expressos também os princípios inspiradores e as finalidades da iniciativa, as modalidades de gestão dos fundos, o perfil dos próprios agentes, bem como os relatórios e as informações que devem ser apresentados à autoridade eclesiástica competente.
§ 2. Um organismo caritativo só pode usar a designação de «católico» com o consentimento escrito da autoridade competente, como indicado no cân. 300 CIC.
§ 3. Os organismos promovidos pelos fiéis com fins de caridade podem ter um Assistente eclesiástico nomeado nos termos dos estatutos, segundo os cânn. 324-§ 2 e 317 CIC.
§ 4. Ao mesmo tempo, a autoridade eclesiástica tenha presente o dever de regular o exercício dos direitos dos fiéis, segundo os cânn. 223-§ 2 CIC e 26-§ 2 CCEO, a fim de se evitar a multiplicação das iniciativas de serviço da caridade em detrimento da operacionalidade e eficácia relativamente às finalidades que se propõem.
Art. 3
§ 1. Para efeito dos artigos anteriores, entende-se por autoridade competente, nos respectivos níveis, a indicada pelos cânn. 312 CIC e 575 CCEO.
§ 2. Tratando-se de organismos operantes em várias dioceses mas não aprovados a nível nacional, entende-se por autoridade competente o Bispo diocesano do lugar onde a entidade tiver a sua sede principal. Em todo o caso, a organização tem o dever de informar os Bispos das outras dioceses onde actuam e respeitar as suas indicações relativas às actividades das várias entidades caritativas presentes na diocese.
Art. 4
§ 1. O Bispo diocesano (cf. cân. 134-§ 3 CIC e cân. 987 CCEO) exerce a própria solicitude pastoral pelo serviço da caridade na Igreja particular que lhe está confiada na sua qualidade de Pastor, guia e primeiro responsável de tal serviço.
§ 2. O Bispo diocesano favorece e apoia iniciativas e obras de serviço ao próximo na própria Igreja particular, e suscita nos fiéis o ardor da caridade operosa como expressão de vida cristã e participação na missão da Igreja, como sublinhado pelos cânn. 215 e 222 CIC e 25 e 18CCEO.
§ 3. Compete ao respectivo Bispo diocesano vigiar para que, na actividade e gestão destes organismos, sejam sempre observadas as normas do direito universal e particular da Igreja, assim como a vontade dos fiéis ao fazerem doações ou legados para estas finalidades específicas (cânn. 1300 CIC e 1044 CCEO).
Art. 5
O Bispo diocesano garanta à Igreja o direito de exercer o serviço da caridade, e cuide que os fiéis e as instituições sujeitas à sua vigilância observem a legítima legislação civil em matéria.
Art. 6
É dever do Bispo diocesano, como indicado pelos cânn. 394-§ 1 CIC e 203-§ 1 CCEO, coordenar na própria circunscrição as diversas obras de serviço da caridade, quer as promovidas pela própria hierarquia, quer as resultantes da iniciativa dos fiéis, salvaguardada a autonomia que lhes possa competir segundo os estatutos de cada uma. Em particular, cuide que as suas actividades mantenham vivo o espírito evangélico.
Art. 7
§ 1. As entidades, de que se fala no art. 1-§ 1, são obrigadas a escolher os próprios agentes de entre as pessoas que partilhem, ou pelo menos respeitem, a identidade católica destas obras.
§ 2. Para garantir o testemunho evangélico no serviço da caridade, o Bispo diocesano cuide que quantos operam na pastoral caritativa da Igreja, a par da devida competência profissional, dêem exemplo de vida cristã e testemunhem uma formação do coração que ateste uma fé em acção na caridade. Com esta finalidade, providencie à sua formação, mesmo em âmbito teológico e pastoral, através de currículos específicos concordados com os dirigentes dos vários organismos e através de adequadas propostas de vida espiritual.
Art. 8
Onde o número e a variedade de iniciativas o tornar necessário, o Bispo diocesano estabeleça, na Igreja a ele confiada, um departamento que, em seu nome, oriente e coordene o serviço da caridade.
Art. 9
§ 1. O Bispo favoreça, em cada paróquia da sua circunscrição, a criação de um serviço de «Caritas» paroquial ou análogo, que promova também uma acção pedagógica no âmbito de toda a comunidade educando para o espírito de partilha e de caridade autêntica. Caso se revele oportuno, tal serviço poderá ser constituído em comum para várias paróquias do mesmo território.
§ 2. Ao Bispo e ao pároco respectivo compete assegurar que, no âmbito da paróquia, juntamente com a «Caritas» possam coexistir e desenvolver-se outras iniciativas de caridade, sob a coordenação geral do pároco, tendo entretanto em consideração quanto indicado no art. 2-§ 4.
§ 3. É dever do Bispo diocesano e dos respectivos párocos evitar que os fiéis possam ser induzidos em erro ou equívoco nesta matéria, pelo que deverão impedir que, através das estruturas paroquiais ou diocesanas, sejam divulgadas iniciativas que, embora apresentando-se com finalidades caritativas, proponham opções ou métodos contrários à doutrina da Igreja.
Art. 10
§ 1. Ao Bispo compete a vigilância sobre os bens eclesiásticos dos organismos caritativos sujeitos à sua autoridade.
§ 2. É dever do Bispo diocesano assegurar-se de que as receitas das colectas, feitas nos termos dos cânn. 1265 e 1266 CIC e cânn. 1014 e 1015 CCEO, sejam destinadas às finalidades para que foram recolhidas (cânn. 1267 CIC, 1016 CCEO).
§ 3. Em particular, o Bispo diocesano deve evitar que os organismos de caridade que lhe estão sujeitos sejam financiados por entidades ou instituições que persigam fins em contraste com a doutrina da Igreja. De igual modo, para não dar escândalo aos fiéis, o Bispo diocesano deve evitar que organismos caritativos aceitem contribuições para iniciativas que, na finalidade ou nos meios para a sua consecução, não correspondam à doutrina da Igreja.
§ 4. De modo especial, o Bispo cuide que a gestão das iniciativas, que dele dependem, dê testemunho de sobriedade cristã. Com este objectivo, vigiará para que os ordenados e as despesas de gestão, embora correspondendo às exigências da justiça e aos perfis profissionais requeridos, sejam devidamente proporcionados com análogas despesas da própria Cúria diocesana.
§ 5. Para consentir que a autoridade eclesiástica, de que se fala no art. 3-§ 1, possa exercer o seu dever de vigilância, as entidades mencionadas no art. 1-§ 1 são obrigadas a apresentar ao Ordinário competente o balanço anual, na forma indicada pelo próprio Ordinário.
Art. 11
O Bispo diocesano deve, se necessário, dar a conhecer aos próprios fiéis o facto de que a actividade de um determinado organismo de caridade já não corresponde às exigências da doutrina da Igreja, proibindo então o uso da designação de «católico» e adoptando as providências pertinentes caso se perfilassem responsabilidades pessoais.
Art. 12
§ 1. O Bispo diocesano favoreça a acção nacional e internacional dos organismos de serviço da caridade sujeitos ao seu cuidado pastoral, e de forma particular a cooperação com as circunscrições eclesiásticas mais pobres, analogamente a quanto estabelecido pelos cânn. 1274-§ 3 CIC e 1021-§ 3 CCEO.
§ 2. Conforme as circunstâncias de tempo e de lugar, a solicitude pastoral pelas obras de caridade pode ser exercida conjuntamente por vários dos Bispos mais vizinhos relativamente a várias Igrejas juntas, nos termos do direito. Se se tratar de âmbito internacional, seja consultado preventivamente o Dicastério competente da Santa Sé. Além disso, para iniciativas de caridade a nível nacional, é oportuno que seja consultado, por parte do Bispo, o relativo departamento da Conferência Episcopal.
Art. 13
Intacto permanece o direito da autoridade eclesiástica local de dar o seu assentimento para as iniciativas de organismos católicos operarem no âmbito da sua competência, no respeito da normativa canónica e da identidade própria de cada um dos organismos, e é seu dever de Pastor vigiar para que as actividades realizadas na própria diocese se realizem em conformidade com a disciplina eclesiástica, proibindo-as ou adoptando eventualmente as providências necessárias se a não respeitarem.
Art. 14
Onde for oportuno, o Bispo promova as iniciativas de serviço da caridade em colaboração com outras Igrejas ou comunidades eclesiais, salvaguardadas as peculiaridades próprias de cada um.
Art. 15
§ 1. O Pontifício Conselho «Cor Unum» tem o dever de promover a aplicação desta normativa e vigiar para que seja aplicada em todos os níveis, no respeito da competência do Pontifício Conselho para os Leigos sobre as associações de fiéis, prevista pelo art. 133 da Constituição apostólica Pastor Bonus, e da competência própria da Secção para as Relações com os Estados da Secretaria de Estado e salvaguardadas as competências gerais dos outros Dicastérios e Organismos da Cúria Romana. Em particular, o Pontifício Conselho «Cor Unum» cuide que o serviço da caridade das instituições católicas no âmbito internacional se realize sempre em comunhão com as respectivas Igrejas particulares.
§ 2. Ao Pontifício Conselho «Cor Unum» compete, de igual modo, a erecção canónica de organismos de serviço da caridade a nível internacional, assumindo sucessivamente as responsabilidades disciplinares e de promoção que, por direito, lhe correspondam.
Tudo quanto determinei com esta Carta Apostólica em forma de Motu Proprio, ordeno que seja observado em todas as suas partes, não obstante qualquer coisa contrária, mesmo se digna de menção particular, e estabeleço que seja promulgado por meio da publicação no jornal «L'Osservatore Romano», e entre em vigor no dia 10 de Dezembro de 2012.

Dado em Roma, junto de São Pedro, no dia 11 de Novembro de 2012, oitavo ano de Pontificado.

BENEDICTUS PP. XVI

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

A Teologia é confessional e racional - Papa à Comissão Teológica Internacional

No dia  7 de Dezembro, o Papa Bento XVI recebeu os membros da Comissão Teológica Internacional. A eles se dirigiu com grande alegria, nomeadamente, ao Presidente da Comissão Mons. Gerhard Ludwig Muller e também ao novo secretário-geral P. Serge-Thomas Bonino. O Santo Padre exprimiu a sua apreciação muito positiva pela Mensagem que a Comissão Teológica redigiu para o Ano da Fé, considerando que esta "põe em evidência o modo específico como os teólogos, servindo fielmente a verdade da fé, possam participar no lançamento evangelizador da Igreja". Considerou ainda ser a Mensagem da Comissão Teológica Internacional um documento que apresenta o "código genético da teologia católica" que, segundo a expressão do Santo Padre, "recorda oportunamente que a teologia é indivisivelmente confessional e racional e a sua presença no interior da instituição universitária garante uma visão ampla e integral da razão humana".

O Papa recordou ainda que sem a abertura ao transcendente, que nos permite encontrar respostas às interrogações sobre o sentido da vida e sobre a maneira de viver de forma moral, o ser humano torna-se incapaz de agir com justiça e de empenhar-se pela paz. E lembrou ainda o Santo Padre que a doutrina social da Igreja está bem reflectida no documento da Comissão Teológica e não é apresentada como um apêndice, mas como uma visão que "tenta tornar efectivo, na grande diversidade das situações sociais, o mandamento novo que o Senhor Jesus nos deixou: "Como eu vos amei, assim vos ameis uns aos outros." (Jo 13, 34)


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Maria, Virgem do Advento, ajude-nos a acolher o Emanuel - Bento XVI no Angelus


Neste domingo 9 de Dezembro de 2012, o Papa assomou, ao meio dia, à janela dos seus aposentos, para a habitual oração mariana do Angelus. Numerosíssimos os fiéis que, não obstante o frio intenso embora com um solzinho invernal, se juntaram ali para o verem e o ouvirem. Nas palavras que lhes dirigiu antes da reza das Ave-Marias, Bento XVI falou do tempo de Advento que estamos a viver, dizendo que há duas figuras que sobressaem de modo particular neste período: Nossa Senhora e São João Baptista. Todos os quatro evangelhos falam-nos de João, colocando-o no início das actividades de Jesus e apresentando-o como o precursor de Cristo. Em São Lucas há, todavia, uma diferença: ele antecipa a relação entre Jesus e João 
Baptista, colocando-a já na concepção e no nascimento de Jesus. 

“Esta abordagem ajuda a compreender que João, enquanto filho de Zacarias e Isabel - ambos de famílias sacerdotais - não é apenas o último dos profetas, mas representa também todo o sacerdócio da Antiga Aliança e, por isso, prepara os homens ao culto espiritual da Nova Aliança, inaugurada por Jesus”. 

Além disso, prosseguiu o Papa, o Evangelho de Lucas coloca historicamente a vida de João Baptista no décimo quinto ano do Império de Tibério César, no contexto do qual se deu o Grande evento do nascimento de Jesus, o que permite compreender que tudo isto não era um mito, mas sim um facto histórico real. 

João Baptista define-se a si próprio como “a voz de quem grita no deserto: preparai a via do Senhor, endireitai os vossos caminhos”. 
João – frisou o Papa – é, portanto a voz, enquanto que Jesus era o “Verbo”. A voz passa, o Verbo é eterno. A nós a tarefa de escutar aquela voz para podermos dar espaço e acolhimento no coração a Jesus, a Palavra que nos salva. Neste tempo de Advento – disse o Papa – preparemo-nos a ver com olhos de fé, na humilde Gruta de Belém, a salvação de Deus. 

“Na sociedade dos consumos, em que somos tentados a procurar a alegria nas coisas, o Baptista ensina-nos a viver de maneira essencial, a fim de que o Natal seja vivido não só como uma festa exterior, mas como a festa do Filho de Deus que veio trazer aos homens a paz, a vida e a alegria verdadeira.” 

E o Papa concluiu confiando a Maria, Virgem do Advento, a nossa caminhada ao encontro do Senhor que vem, a fim de que estejamos prontos a acolher, no coração e em toda a vida, o Emanuel, Deus connosco. Fonte: Rádio Vaticana




domingo, 2 de dezembro de 2012

Faleceu Padre Tarcísio João Francisco Álvaro

Cerca das 11 horas de hoje, 2 de Dezembro de 2012, no Hospital Rural da cidade de Alto Molócue, regressou à casa do Pai, o Reverendo Padre Tarcísio João Francisco Álvaro, do clero diocesano de Gurúè, vítima de doença súbita.

Com 48 anos, nasceu aos 16 de Fevereiro de 1964, natural de Nauela (Alto Molócuè), Pe Tarcísio fazia partee do primeiro grupo de sacerdotes diocesanos de Gurúè.

Falecido Pe Tarcísio, o primeiro à esquerda

Foi ordenado sacerdote no dia 07 de Julho de 1996, em Milevane por S. Ex.cia Rev.ma D. Manuel Chuanguira Machado, Bispo emérito de Gurúè.

 Trabalhou nas Paróquias de Invinha, Molumbo, Lioma, Namarrói, Mulevala e Nabúri. O seu último cargo pastoral foi Vigário Paroquial da Paróquia de N. S. de Fátima de Alto Molócue.

As suas cerimónias fúnebres estão previstas para Terça Feira, 4 de Dezembro, na Igreja Paroquial de N. S. de Fátima de Alto Molócue, numa concelebração eucarística  presidida por D. Francisco Lerma Martínez, Bispo de Gurúe.

Que Deus lhe conceda a coroa do Apostolado e aos seus familiares, a consolação e a paz interior.
Nestas  linhas vão os nossos pêsames ao seu Bispo Dom Francisco Lerma, a sua família diocesana e biológica.

Paz à sua alma.

sábado, 1 de dezembro de 2012

TEMPO DE ADVENTO


ADVENTO
1.       
           Tempo de ESPERA, DE PREPARAÇÃO, DE PURIFICAÇÃO E DE CONVERSÃO.

a)      ESPERA:  No Senhor que vem- Maranatha
b)      PREPARAÇÃO: Para que o encontro seja eficaz e se faça de uma maneira consciente e ao nível mais profundo do ser humano
c)      PURIFICAÇÃO: de tudo o que não corresponde ao ser e agir de Jesus Cristo, para que não haja contradição entre aquilo que somos e Aquele a quem esperamos.
d)     CONVERSÃO: Metanoia, mudança de mentalidade, despir-se do homem velho para revestir-se do Homem novo. Conformar a nossa mente, agir e pensar à mente, acção e pensar de Cristo Senhor.

2.        MEIOS PARA CONCRETIZAR TUDO ISTO
FÉ, PENITÊNCIA E ANÚNCIO.

a)      Fé: não se trata de uma espera utópica ou retórica. É uma espera de fé em Deus que sempre é fiel às suas promessas.
b)      Anúncio: Convictos no Senhor que nos ajuda a prepar-se ao seu encontro, devemos ser testemunhas autênticas desta mensagem com o compromisso quotidiano com a fé que recebemos no dia do nosso baptismo.
c)      Penitência: Requer um desprender-se dos nossos comodismos, hábitos e inclinações para o pecado. Precisamos de viver de acordo com aquilo que somos: Filhos predilectos do Pai, eleitos por graça.

3.      OBRAS CONCRETAS
a)      Jejum, esmola, ascese, caridade ( a Deus e ao próximo)

4.      SENTIDO ESPIRITUAL DO ADVENTO
  • Tempo de graça e de preparação e purificação
  • Tempo da realização das promessas do Senhor
  • Tempo especial em que Deus nos convida a nos encontrarmos connosco mesmos, para que possamos acolher o Senhor dignamente.
  • Mais do que tempo cronológico, é um tempo especial, uma atmosfera que nos envolve para descobrir quanto Deus nos ama e como nos quer perto de sí.
  • Momento especial para contemplar as maravilhas do Senhor Deus PAI MISERICORDIOSO, que não quer  a morte do pecador mas que ele se converta e viva

5.      SENTIDO LITÚRGICO
     Memorial da intervenção de Deus na História dos Homens, um evento que requer a boa disposição e o acolhimento por parte de todos.

6.      RECOMENDAÇÕES PRÁTICAS
  1. Fidelidade à escuta da Palavra do Senhor
  2.  Prática de boas obras de caridade
  3.  Reconhecimento da nossa condição pecadora e confiança no perdão e amor de Deus
  4. Fazer de cada instante da nossa vida um momento privilegiado para descobrir quanto Deus nos ama
  5. Preparando-se para a visita do Sol nascente na História , somos convidados a visitar-Lo nos pobres, humilhados, doentes e nos que sofrem.
  6. Estas obrs tornam-se uma resposta ética à visita especial que Deus faz e nos fará com a última vinda redentora.
7.      DIVISÃO DO TEMPO DO ADVENTO
a)      Do I Domingo de Advento ao dia 16/12: ASPECTO ESCATOLÓGICO
b)      De 17/12 – 24/12: PREPARAÇÃO IMEDIATA DO NATAL

8.      FIGURAS BÍBLICAS
a)      Isaías: Anúncio de esperança perene para os Homens de todos os tempos
b)      João Baptista: Marca bem o espírito do Advento; indicativo para preparar os caminhos do Senhor.
c)      Maria: Com a sua cooperação no mistério da Redenção indica-nos como cada cristão pode ser um isntrumento de salvação nas mãos de Deus.

9.      TEOLOGIA DO ADVENTO
  1. Recorda a dimensão histórico-sacramental
  2. Com o Advento evidencia-se a dimensão escatológica do mistério cristão (o hoje e o ainda não da salvação)
  3. O advento recorda-nos o compromisso missionário a que é chamado cada baptizado.
10.  ESPIRITUALIDADE DO ADVENTO
  • Espera vigilante e jubilosa
  • Esperança no Senhor que vem
  • Conversão
  • Com o advento a Igreja vive a espera de Israel em níveis de realiade e manifestação definitiva desta realidade em Cristo
  • A Igreja vive esta espera em vigilância e na alegria
  • O Advento torna-se sim, o momento privilegiado para a celebração do “ Deus -esperança”.
  • Deus que entra na história põe em causa o Homem e questiona-o na sua profundidade
  • Advento é o tempo de convite à conversão para preparar os caminhos do Senhor.
  • É um tempo que nos educa a viver como os pobres de Javé, mansos, humildes, disponíveis, virtudes que Jesus proclamou nas Bem-aventuranças.
  •  
11 PASTORAL DO ADVENTO
  •   Transmitir valores e atitudes que estejam de acordo com a visão escatológica e transcedental
  •   Formar comunidades  crentes que se proponham como sinais alternativos para uma sociedade em que as áreas do desespero parecem mais vastas do que as da fome e do subdesenvolvimento
  •   Compromisso com a Redenção a todos  níveis

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Israel/Gaza: Adiado o acordo de cessar-fogo

O Hamas divulgou que o anúncio do cessar-fogo foi adiado para esta quarta-feira após o acordo israelita em dois pontos não especificados.

O cessar-fogo deveria, segundo o Hamas, começar às 00h locais.

Uma fonte egípcia próxima das negociações, afirmou que foi apresentada, ao Egito, uma proposta final e que é aguardada, agora, uma resposta definitiva.

Em Jerusalém o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, assegurou que o seu país será “um parceiro de boa vontade” numa eventual trégua com os grupos armados palestinianos da Faixa de Gaza. Mas garantiu que o acordo não foi ainda conseguido.

Fonte: euronews 20/11 17.16 CET

Congo: exército bate em retirada


Congo: exército bate em retirada

Forças governamentais congolesas deixam Goma e os rebeldes ganham o controlo da cidade.
No terreno permanecem os 1500 capacetes azuis da força de paz das Nações Unidas. A ONU afirma que a sua missão é apenas proteger civis.
Esta foi uma transição pacífica. O exército do Congo ter-se-á limitado a abandonar Goma. Um residente desabafa:
“O presidente Kabila abandonou-nos, o que é vamos fazer? A ONU estava lá, eles viram e deixaram-nos tomar o aeroporto. Isso não é lá muito católico…”
Mais tranquilo parece estar o Presidente congolês, apesar da retirada das suas tropas de Goma. Para o chefe de Estado é altura de rever a estratégia:
“É difícil dizer que devemos manter a calma mas, efetivamente, temos de manter a calma. O Congo tem de continuar a preparar-se e a mobilizar-se.”
Enquanto a população congolesa foge para o Ruanda, os rebeldes assumem o controlo de postos fronteiriços.
Para os militares do M23 estão em causa compromissos assumidos. Exigem a manutenção das patentes e recusam a transferência de oficiais para outras regiões.
Fonte da notícia: euronews

terça-feira, 20 de novembro de 2012

COMUNICADO DA CONFERÊNCIA EPISCOPAL DE MOÇAMBIQUE


Às Comunidades Cristãs e a todos os homens de boa vontade, paz e alegria no Senhor ressuscitado, aquela paz e alegria que o mesmo Senhor repetidas vezes desejou e deu aos seus discípulos.

Queremos, através deste meio, exprimir a nossa comunhão convosco, manifestar a nossa presença espiritual junto de vós e partilhar aquilo que foi  fruto da nossa reflexão e deliberações e alguns aspectos salientes da nossa vida eclesial e social dos últimos tempos.

Nos dias 6 a 13 de Novembro de 2012, nós, os Bispos Católicos da Conferência Episcopal de Moçambique, estivemos reunidos no Seminário Interdiocesano Filosófico de Santo Agostinho na Matola, na II Sessão da Assembleia Plenária de 2012.
Estiveram presentes os  Bispos Diocesanos e Eméritos da CEM. Participaram pela primeira vez S. Excelência Reverendíssima o Sr. D. Cláudio Dalla Zuanna, novo Arcebispo da Beira, que recebeu a sagração episcopal  e tomou posse no passado dia 07.10.2012 na Beira; e o Reverendo Padre Fernando Domingos Costa, CP, que no dia 27.10.2012, foi nomeado Administrador Apostólico da Diocese de Pemba.
A Sua Excelência Reverendíssima o Senhor D. Jaime Pedro Gonçalves exprimimos a nossa maior gratidão em nome de toda a Igreja em Moçambique pela sua dedicação durante os três grandes lustros de frutuoso episcopado naquela Arquidiocese e, muito particularmente, pelo seu inestimável e histórico empenho no processo que levou ao restabelecimento da paz no País.
A Sua Excelência o Senhor D. João Carlos Nunes Hatoa, Bispo Auxiliar de Maputo que, como Administrador Apostólico cessante da Beira, pelo seu labor e dedicação na condução da vida da Arquidiocese durante o período de Sede Vacante.
A o Reverendo Padre Fernando Domingos Costa, como Administrador Apostólico de Pemba, as nossas felicitações pela disponibilidade em aceitar esta missão que a Igreja lhe encomenda enquanto se espera pela nomeação do novo Bispo de Pemba.
A Sua Excelência o Senhor D. Ernesto Manguengue,  manifestamos a nossa gratidão pelo trabalho e dedicação demonstrados durante os oito anos de episcopado na Diocese de Pemba e pelo serviço desinteressado como Secretário da CEM, ao  mesmo tempo que lhe reiteramos  a nossa solidariedade e oração fraterna.  
Estiveram ausentes, o Sr. D. Adriano Langa, Bispo de Inhambane, e o Sr. D. Bernardo Filipe Governo, Bispo Emérito de Quelimane, por motivos de saúde; o Sr. D. Júlio Duarte Langa, Bispo Emérito de Xai-Xai, por motivo do falecimento de um seu familiar; e o Sr. D. Ernesto Maguengue, Bispo Emérito de Pemba, que recentemente apresentou a sua resignação como Bispo daquela Diocese.
            Na abertura da Sessão, D. Lúcio Andrice Muandula, Bispo de Xai-Xai e Presidente da CEM, saudou a presença do Sr. Núncio Apostólico, D. António Arcari que, como de costume, veio saudar os Bispos e  transmitir uma mensagem de encorajamento. D. Lúcio agradeceu a presença e as palavras do Sr. Núncio Apostólico como sinal de comunhão com o Papa e com a Igreja universal. comunidades cristãs. Encontramos grupos de jovens cada vez mais comprometidos nos serviços da catequese e da liturgia. Mas continuamos a sentir a falta de um número suficiente de Padres para atender adequadamente a vida das comunidades. Isto obriga-nos a todos, a um renovado e qualificado esforço pela promoção das vocações sacerdotais e religiosas.

2. CLIMA SOCIAL

 O ambiente sócio-político e económico é fonte de grande ansiedade para muitos. Perante inumeráveis situações problemáticas do dia a dia, muitos se interrogam sobre as condições de vida, a segurança dos seus bens e das suas vidas; a posse da terra que cultivam e onde moram; a verdade e a solidez da Paz; o entendimento entre os que gerem a coisa pública. De facto assistimos à ocupação de terras por parte dos  mega- projectos que obrigam as populações a abandonarem os seus lugares naturais de residência e de cultivo; ao aumento da criminalidade, com assaltos à mão armada em casa, nas ruas, nas praças, tanto nas cidades e quanto nas vilas e nas aldeias.Tudo isto cria no povo um ambiente de insatisfação e de grande ansiedade, apesar de há 20 anos ter cessado a guerra em Moçambique. As populações continuam a ter uma vida muito dura, marcada por uma situação de pobreza cada vez mais acentuada, sobretudo  nas zonas rurais do País. Não obstante haja cada vez mais riqueza, os pobres são cada vez mais pobres.

3. O DIÁLOGO, A JUSTIÇA E A PAZ

     Exortamos as comunidades cristãs e a todas as pessoas de boa-vontade a irem para frente na consolidação da paz, cooperando de todas as maneiras na construção de um ambiente cujas bases sejam a justiça social, a verdade, a liberdade e o respeito. Devemos voltar o nosso olhar para trás e redescobrir o diálogo justo e respeitoso, e no respeito dos direitos das pessoas e das populações para a solução dos conflitos que afligem a sociedade no momento actual. Repetimos uma vez mais: Abandonemos definitivamente o recurso às armas, a qualquer tipo de violência, verbal ou física na procura da solução dos nossos problemas. Renovemos o espírito que 20 anos atrás levou as partes envolvidas a assinarem o Acordo Geral de Paz, de que tantos nos gloriamos e que recentemente celebrámos.

4.   SEMINÁRIOS E PASTORAL VOCACIONAL
Refletimos também sobre a situação dos Seminários e da Promoção vocacional. 
O Seminário Interdiocesano de Filosofia de Santo Agostinho na Matola durante este ano teve 167 alunos internos e o Seminário Interdiocesano Teológico de S. Pio X teve 58 alunos internos. Damos graças a Deus pelo aumento do número de seminaristas e de candidatos à Vida Consagrada.
As despesas de manutenção dos seminaristas e dos edifícios são cada vez mais pesadas, pelo que contamos com a generosidade de todos os cristãos.Não nos temos poupado a sacrifícios para arranjar condições suficientes e dignas para a sua formação, angariando pessoal para as equipas de formadores não obstante a penúria de clero em número e preparado para este fim. Reforçamos as equipas de ambos seminários com mais alguns novos formadores e enviando outros para estudos de  especialização.
Nesta linha de encontrar caminhos para o bom seguimento da formação dos candidatos ao sacerdócio, retomou-se o processo do projectado Seminário Filosófico de Santo Atánasio de Nampula com a abertura de uma sala externa do Seminário Interdiocesano  de Filosofia.  Esperamos         que se reúnam as condições necessárias para que possa funcionar no próximo ano lectivo 2013.
Apelamos para que a promoção vocacional seja feita no respeito e na observância da pastoral diocesana de conjunto, evitando caminhos paralelos; haja um sério acompanhamento nas paróquias e nos grupos de vocacionados; ajude- se o jovem no discernimento, e se respeite a liberdade do mesmo na escolha do seu futuro.

5.   UNIVERSIDADE CATÓLICA

     Este grande projecto da Igreja em Moçambique, já presente em  7 das nossas Dioceses, exige o apreço e o empenho de toda a Igreja. Ela está a dar um contributo vital e qualificado para o desenvolvimento equitativo do País, formando quadros nacionais qualificados nas mais diversas áreas do saber.
      Com a colaboração de um grupo de juristas, está-se a trabalhar na revisão dos  Estatutos da Universidade Católica, que brevemente deverão ser apresentados à Santa Sé para a sua aprovação.

6.   ANO DA FÉ

       Em comunhão com a Igreja universal, elaborou-se a programação e calendarização das actividades nacionais para o Ano da Fé, proclamado pelo Papa Bento XVI, a decorrer de 11 de Outubro de 2012 a 24 de Novembro de 2013, para celebrar o 50º Aniversário do Concílio Vaticano II e o 20º do Catecismo da Igreja Católica.
A)   A NÍVEL NACIONAL
      Foi realizada a abertura nos dias 10 a 11 de Novembro de 2012.
     No dia 10.11.2012, no Seminário de S. Pio X, realizou-se um Simpósio, em que se trataram os seguintes temas: Contextualização do Concílio Vaticano II (Ir. Ester Lucas, Superiora Regional das Irmãs Vicentinas); A Eclesiologia do Vaticano II (Pe. Rafael Sapato, Vigário Geral da Diocese de Lichinga); As linhas gerais da Constituição Conciliar Dei Verbum (Pe. Gianmarco Paris, Superior Regional da Congregação da Sagrada Família); e  O Catecismo da Igreja Católica (S. E. Reverendíssima o Sr. D. Germano Grachane, Bispo de Nacala).
      No dia 11.11.2012 foi a concelebração na Sé Catedral de Maputo, presidida por D. Lúcio Andrice Muandula, Bispo de Xai-Xai e Presidente da CEM. Concelebraram todos os Bispos da CEM e numerosos sacerdotes. Houve uma grande participação por parte das comunidades cristãs das Paróquias de Maputo.
Outrossim, estão programados outros eventos nacionais como:
- Celebração do Ano da Fé para os seminaristas maiores de S. Agostinho e S. Pio X  no tempo pascal em Abril de 2013.
- Celebração  do Ano de Fé para os catequistas no Centro de Formação de Nazaré. A data será indicada oportunamente.
- Encerramento do Ano de Fé coincidindo com a Assembleia Plenária de Novembro 2013, em data e lugar a determinar proximamente pelo Conselho Permanente da CEM.

      B) A NÍVEL DAS PROVÍNCIAS ECLESIÁSTICAS.

      As actividades serão programadas por cada Província Eclesiástica tendo em conta os temas nucleares: Apostolado dos Leigos; A constituição Conciliar Dei Verbum; O Diálogo entre Fé Católica e as Religiões Tradicionais Africanas.

      C) A NÍVEL DAS DIOCESES
      O Ano da Fé deve ser lançado também em cada Diocese com actividades próprias em conformidade com as orientações da Carta Apostólica A Porta da Fé (Porta Fidei).


7. ELEIÇÕES
Nesta Assembleia Plenária dos Bispos foram reno vados todos os cargos da CEM, de acordo com os Estatutos recentemente aprovados pela Santa Sé. Também foi renovado o organigrama geral das Comissões que integram a CEM. Eis os resultados das eleições.

A) PRESIDÊNCIA DA CEM
PRESIDENTE:    D. Lúcio Andrice Muandula
VICEPRESIDENTE:  D. Francisco Chimoio
SECRETÁRIO:    D. João Carlos Hatoa Nunes

B) VOGAIS DO CONSELHO PERMANENTE:
Pela Província de Nampula: D. Germano Grachane (1º vogal).
Pela Província Eclesiástica da Beira: D. Cláudio Dalla Zuanna (2º vogal).
Pela Província Eclesiástica de Maputo: D. Adriano Langa (3º Vogal).

C)  COMISSÔES EPISCOPAIS
    1.Comissão Episcopal para a Doutrina da Fé, Catequese e Evangelização: D. Germano     Grachane.
2.Comissão Episcopal para a Liturgia e Cultura: D. Francisco Sílota.
3.Comissão Episcopal para o Serviço da Caridade e para a Saúde: D. Hilário da Cruz Massinga.
4.Comissão Episcopal para o Clero e a Vida Consagrada: D. Cláudio Dalla Zuanna.
5.Comissão Episcopal para a Pastoral Laical e Juvenil: D. Inácio Saure.
6.Comissão Episcopal para a Família a para a Vida: D. Francisco Chimoio.
7.Comissão Episcopal para a Missão e para a Pastoral Bíblica: D. Lúcio Andrice Muandula.
8.Comissão Episcopal para o Ecumenismo e    Diálogo Inter-Religioso: D. Élio Greselin.
9.Comissão Episcopal para a Educação Católica, a Escola e a Universidade: D. Tomé Makhweliha.
10.Comissão Episcopal para a Justiça e Paz,     Migrantes e Itinerantes: D. Adriano Langa.
11.Comissão Episcopal para os Seminários e Vocações: D. Francisco Lerma.
12.Comissão Episcopal para as Comunicações    Sociais: D. João Carlos  Hatoa Nunes.
Ao terminar desejamo-vos antecipadamente um Bom Advento e Felizes Festas Natalícias do Senhor.

Matola, 13 de Novembro de 2013


+ Lúcio Andrice Muandula
Bispo de Xai-Xai e
Presidente da CEM







quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Sessão Ordinária da CEM

Desde o dia 06 de Novembro, o nosso Seminário acolheu os Bispos da Conferência Episcopal de Moçambique que estão reunidos em Sessão Ordinária. Durante a sessão, que terá o seu fim na próxima Terça feira, estão previstas certas actividades como o simposium para a abertura do ano da fé em Moçambique, a ter lugar no dia 10 de Novembro no Salão do Seminário Teológico Interdiocesano S. Pio X, às 8 horas e a Missa de abertura Nacional do Ano da fé em Moçambique na Sé Catedral no Domingo, 11 de Novembro.
Desde já, desejamos aos nossos Bispos, uma frutuosa Sessão para o bem da Igreja que está em Moçambique.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Encerramento do Ano Lectivo e Formativo 2012

Teve lugar hoje às 10 horas, a Missa de encerramento do ano lectivo e formativo de 2012. Presidiu a Celebração, S. Ex.cia Rev.ma Dom Francisco Chimoio, Arcebispo de Maputo, vice presidente da CEM e membro da Comissão Episcopal dos Seminários e Vocações. Esteve também presente, o Bispo auxiliar de Maputo, Dom João Carlos Hatoa Núnes.

Logo após a introdução do rito inical, o Reitor do Seminário pronunciou algumas palavras de boas vindas que passamos a apresentar:
Excelência e Reverendíssima Dom Francisco Chimoio,
Arcebispo de Maputo e Membro da Comissão Episcopal dos Seminários e Vocações
Excelência e Rev.ma Dom João Carlos Hatoa Núnes, Bispo Auxiliar de Maputo
Reverendos Padres,
Distintos membros do Corpo Docente e formadores das Casas religiosas
com alunos no Seminário
Ilustres  Convidados

Caríssimos Seminaristas

Em nome da Comunidade formativa do Seminário Filosófico Interdiocesano “Santo Agostinho” e, em meu nome pessoal, desejo a todos, cordiais votos de boas vindas à nossa que é também vossa Casa.
Juntamente com estes votos, quero manifestar de modo igual a nossa gratidão a V. Ex.cia Rev.ma Dom Francisco Chimoio, por ter aceite ao nosso pedido de estar connosco hoje a presidir esta Eucaristia e pela solicitude paternal e constante acompanhamento que tem nos manifestado enquanto Pastor da nossa Igreja local e como membro da comissão episcopal dos Seminários e Vocações. Obrigado Excelência.
Ofertório
Votos de gratidão estendem-se a todos vós, que no meio das vossas actividades ordinárias, acolhestes favoravelmente o nosso convinte e encontrastes um momento para nos fortificar com a vossa presença. Muito obrigado pelo vosso caloroso gesto.
Estamos reunidos hoje numa só fé e em pleno Ano de fé, para numa só voz, elevarmos a Deus Pai, o nosso Hino de louvor e de gratidão por tudo quanto d’Ele recebemos, fizemos e doamos ao longo deste ano académico e formativo de 2012 que hoje vai encerrar.
Uma breve retrospectiva do ano, desde a sua abertura, contemplamos  em primeiro lugar, a poderosa força de Deus que não cessou de nos acompanhar . Vemos também, Homems e mulheres ( Docentes, Directores espirituais, Párocos, pessoal auxiliar, benfeitores), que  com muito sacrifício, dedicação, empenho, perseverança, no silêncio e na acção, interna e externamente tornaram possível a realização das actividades deste ano lectivo. Estamos profundamente agradecidos por todo apoio  e pela coragem moral que noi foi manifestada ao longo do ano.
Hoje queremos reconhecer e agradecer às instituições que directamente tornam possível a vida neste Seminário: A Congregação para a Evangelização dos Povos, a Obra de São Pedro e São Paulo, a Nunciatura apostólica, a CEM e as Obras Missionárias Pontíficias de Moçambique e do mundo inteiro.
Como expressão máxima de gratidão, pela divina providência que nos acompanhou e pelas pessoas e instituições que nos ajudaram a concretizar o esforço de preparar prespbíteros para a Igreja, sobre este altar queremos colocar todas as nossas vidas e intenções, para que possamos ser hoje e sempre,  discípulos diligentes na caridade e perserverantes no serviço de doação ao Senhor e à sua Obra de preparar pescadores de Homens.
Com estes sentimentos, peço à V. Ex.cia Rev.ma, que Presida esta nossa celebração. Muito obrigado

Durante a celebração, D Chimoio sublinhou o espírito de gratidão que deve reinar nos nossos corações por mais um ano formativo que termina.

Logo a seguir a Missa, no Salão auditorium local teve lugar a cerimónia do encerramento do ano lectivo.