Antes da oração mariana do
Angelus o Papa Francisco comentou o Evangelho de hoje que nos apresenta, disse,
o início da pregação de Jesus na Galileia. São Marcos sublinha que Jesus
começou a pregar: "depois de João Batista ter sido preso". Exactamente
no momento em que a voz profética do Batista, que anunciava a vinda do Reino de
Deus, é silenciada por Herodes, Jesus começa a percorrer as estradas da sua
terra para levar a todos, especialmente aos pobres, "o evangelho de
Deus".
“O anúncio de Jesus é semelhante ao de João, com a diferença
substancial que Jesus já não indica um outro que está para vir: é Ele mesmo o
cumprimento das promessas; é Ele a "boa notícia" para acreditar,
acolher e comunicar aos homens e mulheres de todos os tempos, para que também
eles confiem a Ele a sua existência. O próprio Jesus Cristo é a Palavra viva e
eficaz na história: quem o ouve e o segue entra no Reino de Deus.”
Em seguida o Papa explicou que Jesus é o cumprimento das promessas
divinas porque é Ele quem dá ao homem o Espírito Santo, a "água viva"
que sacia o nosso coração inquieto, com sede de vida, de amor, liberdade e paz:
com sede de Deus. Foi Ele que o revelou à mulher samaritana, que ele encontrou
junto do poço de Jacob e lhe disse: "Dá-me de beber", tendo
acrescentado:
“Estas mesmas palavras de Cristo dirigidas à mulher samaritana,
constituíram o tema da anual Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, que
hoje termina. Esta tarde, juntamente com os fiéis da diocese de Roma e os
representantes das diversas Igrejas e Comunidades eclesiais, teremos um
encontro na Basílica de São Paulo Fora dos Muros, para rezarmos intensamente ao
Senhor para fortaleça o nosso empenho pela plena unidade de todos os crentes em
Cristo.”
Deus ao tornar-se homem, continuou o Papa, fez sua a nossa
sede, não apenas a sede de água material, mas sobretudo a sede de uma vida
plena, livre da escravidão do mal e da morte, sublinhando:
E ao mesmo tempo, com a sua encarnação Deus colocou a sua sede no
coração do homem: Jesus de Nazaré e, assim, no coração de Cristo se encontram a
sede humana e a sede divina. E o desejo de unidade dos seus discípulos faz
parte desta sede, e o encontramos fortemente expresso na oração dirigida ao Pai
antes da Paixão: "Para que todos sejam um".
Que esta sede de Jesus se torne cada vez mais a nossa sede!, disse
o Papa a concluir, tendo convidado todos a continuar a rezar e empenhar-se pela
plena unidade dos discípulos de Cristo, na certeza de que Ele mesmo está ao
nosso lado e nos sustenta com a força do seu Espírito, para que tal meta se
aproxime, graças à intercessão materna da Virgem Maria, Mãe de Cristo e Mãe da
Igreja.
Depois do Angelus o Papa fez um vivo apelo em favor da
Ucrânia onde persistem as hostilidades com numerosas vítimas inocentes:
“Sigo com profunda preocupação a escalada dos combates no leste da
Ucrânia, que continuam a causar numerosas vítimas entre a população civil. Ao
assegurar as minhas orações por aqueles que sofrem renovo o meu premente apelo
para que se retomem as tentativas de diálogo e se ponha fim de todas as
hostilidades”
Depois o Papa recordou o Dia mundial da lepra que hoje se comemora:
“Hoje celebra-se o Dia Mundial dos doentes da Lepra. Quero
exprimir a minha proximidade a todas as pessoas que sofrem desta doença, bem
como àqueles que cuidam deles, e os que lutam para remover as causas do
contágio, ou seja, condições de vida não dignas do homem. Renovemos o nosso
empenho de solidariedade para com estes irmãos e irmãs!”
Em seguida o Papa saudou cordialmente a todos os peregrinos vindos
das várias paróquias da Itália e de outros países, bem como as associações e
grupos escolares.
Em
particular, saudou a comunidade filipina em Roma, dizendo que o povo filipino é
maravilhoso, pela sua fé forte e alegre. O Senhor vos sustente sempre
também a vós que viveis longe da pátria, e muito obrigado pelo vosso testemunho
de fé – concluiu o Papa.
E dirigindo-se aos meninos da Acção Católica de Roma disse:
“Queridos meninos e meninas, também este ano, acompanhados pelo
Cardeal Vigário, viestes em grande número ao fim da vossa "Caravana da
Paz". Agradeço-vos e encorajo-vos a continuar com alegria o caminho
cristão, levando a todos a paz de Jesus. Agora vamos ouvir a mensagem que
os vossos amigos, aqui ao meu lado, vão ler:”
E a mensagem foi lida por uma menina da Acção Católica de Roma na
qual disseram, entre outras coisas, “nós rapazes da ACR vimos hoje, juntamente
com muitos amigos, famílias e educadores, para testemunhar o nosso desejo de
paz, para fazê-lo conhecer em todo o mundo, visto que é desse há um certo tempo
que se sente uma grande necessidade de viver em paz e na alegria do Senhor. A
Caravana da Paz apoia projecto ACR “Dai vida à paz” com o qual recolherão
fundos destinados à aquisição de bombas de água a ser instaladas em Burkina
Faso. Depois de lerem a mensagem os meninos libertaram pequenos balões símbolos
de paz a partir da janela dos estúdios do Papa.
A concluir o Papa deu a sua bênção e a todos desejou bom domingo e
bom almoço.
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