quinta-feira, 30 de maio de 2013

A Igreja é a família na qual se ama e se é amado. Catequese do Papa Francisco durante a Audiência Geral da Quarta feira


A Audiência Geral da Quarta feira aconteceu às 10h30 na Praça de São Pedro, onde o Santo Padre Francisco se encontrou com grupos de peregrinos e fieis da Itália e de outros países. No seu discurso em língua italiana, o papa começou um novo ciclo de catequeses sobre o Mistério da Igreja, partindo das expressões dos textos do Concílio Ecumênico Vaticano II. O tema de hoje: "A Igreja: família de Deus". Oferecemos a tradução do discurso do Papa.

Cidade do Vaticano, in (Zenit.org

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Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
Quarta-feira passada destaquei o vínculo profundo entre o Espírito Santo e a Igreja. Hoje eu gostaria de começar algumas catequeses sobre o mistério da Igreja, mistério que todos nós vivemos e do qual fazemos parte. Gostaria de fazer com expressões bem presentes nos textos do Concílio Ecumênico Vaticano II.
Hoje, a primeira: a Igreja como Família de Deus
Nos últimos meses, mais de uma vez eu fiz referência à parábola do filho pródigo, ou melhor, do pai misericordioso (cf. Lc 15, 11-32). O filho mais novo sai da casa de seu pai, desperdiça tudo e decide voltar porque percebe que cometeu um erro, mas já não se considera digno de ser filho e pensa poder ser acolhido como servo. O pai, em vez disso, corre para encontrá-lo, abraça-o, e lhe restitui a dignidade de filho e faz festa. Esta parábola, como outras no Evangelho, mostra bem o desígnio de Deus para a humanidade.
Qual é este projeto de Deus? É fazer de todos nós uma única família de seus filhos, em que cada um o sinta próximo e se sinta amado por Ele, como na parábola evangélica, sinta o calor de ser família de Deus. Neste grande desígnio encontra a sua raíz a Igreja, que não é uma organização fundada por um acordo com algumas pessoas, mas - como nos lembrou várias vezes o Papa Bento XVI - é obra de Deus, nasceu deste plano de amor que se realiza progressivamente na história. A Igreja nasce do desejo de Deus de chamar todos os homens à comunhão com Ele, à sua amizade, e de fato a participar como filhos seus da sua mesma vida divina. A mesma palavra “Igreja”, do grego Ekklesia, significa “convocação”: Deus nos convoca, nos impele a sair do individualismo, da tendência a fechar-se em si mesmos e nos chama a fazer parte da sua família. E essa chamada tem a sua origem na mesma criação. Deus nos criou para que vivamos em uma relação de profunda amizade com Ele, e ainda quando o pecado quebrou esta relação com Ele, com os outros e com a criação, Deus não nos abandonou. Toda a história da salvação é a história de Deus que busca o homem, oferece-lhe o seu amor, acolhe-o. Chamou Abraão para ser pai de uma multidão, escolheu o povo de Israel para estabelecer uma aliança que envolva todas as nações, e enviou, na plenitude dos tempos, o seu Filho para que o seu plano de amor e de salvação se realize numa nova e eterna aliança com toda a humanidade. Quando lemos os Evangelhos, vemos que Jesus reúne em torno dele uma pequena comunidade que acolhe a sua palavra, segue-o, compartilha a sua jornada, se torna a sua família, e com esta comunidade Ele prepara e constrói a sua Igreja.
De onde nasce então a Igreja? Nasce do gesto supremo de amor na Cruz, do lado trespassado de Jesus, do qual jorram sangue e água, símbolo dos Sacramentos da Eucaristia e do Batismo. Na família de Deus, na Igreja, a seiva vital é o amor de Deus que se concretiza no amá-Lo e no amar os outros, todos, sem distinção e medida. A Igreja é a família na qual se ama e se é amado.
Quando se manifesta a Igreja? Comemoramos dois domingos atrás; manifesta-se quando o dom do Espírito Santo enche o coração dos Apóstolos e os empurra a sair e começar o caminho de anunciar o Evangelho, difundir o amor de Deus.
Ainda hoje tem gente que diz: "Cristo sim, Igreja não". Como aqueles que dizem "eu acredito em Deus, mas não nos sacerdotes". Mas é precisamente a Igreja que nos traz Cristo e que nos leva a Deus; a Igreja é a grande família dos filhos de Deus. Claro, tem também elementos humanos; naqueles que a compõem, Pastores e fieis, há falhas, imperfeições, pecados, também o Papa os tem e muitos, mas o bonito é que quando nos damos conta de sermos pecadores, encontramos a misericórdia de Deus, quem sempre perdoa. Não esqueçam: Deus sempre perdoa e nos recebe no seu amor de perdão e de misericórdia. Alguns dizem que o pecado é uma ofensa a Deus, mas também uma oportunidade de humilhação para dar-se conta de que existe algo mais bonito: a misericórdia de Deus. Pensemos nisso.
Perguntemo-nos hoje: o quanto eu amo a Igreja? Rezo por ela? Me sinto parte da família da Igreja? O que eu faço para que seja uma comunidade na qual cada um se sinta acolhido e compreendido, sinta a misericórdia e o amor de Deus que renova a vida? A fé é um dom e um ato que nos afeta pessoalmente, mas Deus nos chama a viver a nossa fé juntos, como família, como Igreja.
Peçamos ao Senhor, de maneira especial neste Ano da Fé, que as nossas comunidades, toda a Igreja, sejam cada vez mais verdadeiras famílias que vivem e transmitem o calor de Deus.

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Horário da Semana de Revisão e Exames (03 -15 de Junho de 2013)



6.00 – Despertar

6.30 –Missa com Laudes

        - Pequeno Almoço

8.0012.00 – Exames e estudo

12.30 – Almoço – Descanso (Silêncio nas Casas)

15.00 – Trabalhos manuais

16.00 – Merenda

16.30- 18.50 – Estudo

19.00 – Vésperas

19.30 – Jantar

21.00- Completas Individuais (Recolhimento)- Estudo individual
             Silêncio nas casas

Obs: Ao longo de toda a semana de Revisão e exames, observe-se um silêncio nas casas para permitir  descanso e/ou estudo para quem assim quiser.

Matola, 28 de Maio de 2013

Pe. Tonito Muananoua,
 Reitor

DISCURSO DO PAPA FRANCISCO AOS PARTICIPANTES NA ASSEMBLEIA GERAL DAS PONTIFÍCIAS OBRAS MISSIONÁRIAS

Sala Clementina
Sexta-feira, 17 de Maio de 2013
http://www.vatican.va/holy_father/francesco/img/img-index.jpg
Estimados irmãos e irmãs, 
Estou particularmente feliz por me encontrar pela primeira vez convosco, Directores nacionais das Pontifícias Obras Missionárias, provenientes do mundo inteiro. Saúdo cordialmente o Cardeal Fernando Filoni, e agradeço-lhe o serviço que desempenha como Prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, assim como as palavras que me dirigiu em vosso nome. O Cardeal Filoni desempenha mais um trabalho neste período: é professor. Vem ter comigo para «me ensinar a Igreja». Sim, vem e diz-me: esta diocese é assim, assim e assim... Conheço a Igreja graças às suas lições. Não são aulas a pagamento; são gratuitas. Saúdo também o Secretário, D. Savio Hon Tai-Fai; o Secretário Adjunto, D. Protase Rugambwa; bem como todos os colaboradores do Dicastério e das Pontifícias Obras Missionárias, sacerdotes, religiosos, religiosas, leigos e leigas.
Gostaria de vos dizer que estais particularmente no meu coração, porque contribuís para manter viva a actividade de evangelização, paradigma de cada obra da Igreja. A missionariedade é modelo de qualquer trabalho da Igreja; trata-se de uma atitude paradigmática. Com efeito, o Bispo de Roma é chamado a ser Pastor não só da sua Igreja particular, mas também de todas as Igrejas, a fim de que o Evangelho seja anunciado até aos extremos confins da terra. E nesta tarefa, as Pontifícias Obras Missionárias constituem um instrumento privilegiado nas mãos do Papa, que é princípio e sinal da unidade e da universalidade da Igreja (cf. Concílio Ecum. Vaticano II, Constituição dogm. Lumen gentium, 23). Com efeito, chamam-se «Pontifícias», porque estão à disposição directa do Bispo de Roma, com a finalidade específica de agir a fim de que seja oferecido a todos o dom precioso do Evangelho. Elas são plenamente actuais, aliás, necessárias ainda hoje, porque ainda existem muitas pessoas que não conheceram nem encontraram Cristo, e é urgente descobrir novas formas e caminhos para que a graça de Deus possa sensibilizar o coração de cada homem e mulher e levá-los até Ele. Todos nós somos instrumentos, simples mas importantes; recebemos a dádiva da fé não para conservar escondida, mas para a propagar, a fim de que possa iluminar o caminho de numerosos irmãos.
Sem dúvida, a missão que nos espera é difícil mas, com a guia do Espírito Santo, torna-se uma missão entusiasmante. Todos nós experimentamos a nossa pobreza, a nossa debilidade, quando se trata de levar ao mundo o tesouro precioso do Evangelho, mas devemos repetir continuamente as palavras de são Paulo: «Nós temos este tesouro em vasos de barro, para que transpareça claramente que este poder extraordinário provém de Deus, e não de nós» (2 Cor 4, 7). É isto que nos deve animar sempre: saber que a força da evangelização provém de Deus, que pertence a Ele. Nós somos chamados a abrir-nos cada vez mais ao sopro do Espírito Santo, a oferecer toda a nossa disponibilidade para ser instrumentos da misericórdia de Deus, da sua ternura, do seu amor por cada homem e por cada mulher, principalmente pelos pobres, pelos excluídos, pelos distantes. E para cada cristão, para a Igreja inteira, não se trata de uma missão facultativa, não é uma missão facultativa, mas essencial. Como dizia são Paulo: «Anunciar o Evangelho não é glória para mim; é uma obrigação que me é imposta. Ai de mim, se não anunciar o Evangelho!» (1 Cor 9, 16). A salvação de Deus é para todos!
A vós, prezados Directores nacionais, reitero o convite que Paulo VI vos dirigiu, há quase cinquenta anos, para conservar ciosamente o alcance universal das Obras Missionárias, «que têm a honra, a responsabilidade e o dever de sustentar a missão [de anunciar o Evangelho] e de distribuir as ajudas necessárias» (Discurso às Pontifícias Obras Missionárias, 14 de Maio de 1965: AAS 57 1965, 520). Não vos canseis de educar cada cristão, desde a infância, para um espírito verdadeiramente universal e missionário, e de sensibilizar a comunidade inteira a fim de que anime e ajude as missões, segundo as necessidades de cada uma (cf. Concílio Ecum. Vaticano II, Decreto Ad gentes, 38). Fazei com que as Pontifícias Obras Missionárias continuem, no sulco da sua tradição secular, a animar e formar as Igrejas, abrindo-as a uma dimensão ampla da missão evangelizadora. Justamente, as Pontifícias Obras Missionárias são postas também sob a solicitude dos Bispos, a fim de que sejam «radicadas na vida das Igrejas particulares» (Estatuto das Pontifícias Obras Missionárias, n. 17); no entanto, devem realmente tornar-se instrumento privilegiado para a educação no espírito missionário universal e numa comunhão e colaboração sempre maiores entre as Igrejas, para o anúncio do Evangelho ao mundo. Diante da tentação das comunidades de se fecharem em si mesmas — é uma tentação mais frequente, com frequência fecham-se em si mesmas — preocupadas com os seus próprios problemas, a vossa tarefa consiste em evocar a «missio ad gentes», em testemunhar profeticamente que a vida da Igreja e das Igrejas é missão, e é missão universal. O ministério episcopal e todos os ministérios visam certamente o crescimento da comunidade cristã, mas são também postos ao serviço da comunhão entre as Igrejas, para a missão evangelizadora. Neste contexto, convido-vos a prestar atenção especial às jovens Igrejas que, muitas vezes, trabalham num clima de dificuldade, de discriminação e até de perseguição, para que sejam animadas e ajudadas a testemunhar com a palavra e com as obras do Evangelho.
Caros irmãos e irmãs, ao renovar o meu agradecimento a todos vós, encorajo-vos a continuar o vosso compromisso a fim de que as Igrejas locais assumam cada vez mais generosamente a sua parte de responsabilidade na missão universal da Igreja. Invocando Maria, Estrela da evangelização, faço minhas as palavras de Paulo VI, expressões que têm uma actualidade como se tivessem sido escritas ontem. Assim dizia o Pontífice: «O mundo do nosso tempo que procura, ora na angústia ora na esperança, possa receber a Boa Nova dos lábios não de evangelizadores tristes e desanimados, impacientes e ansiosos, mas sim de ministros do Evangelho cuja vida irradie fervor, pois eles foram os primeiros que receberam em si a alegria de Cristo, e foram eles que aceitaram arriscar a sua própria vida para que o Reino fosse anunciado e a Igreja implantada no meio do mundo» (Carta Apostólica Evangelii nuntiandi, 80). Obrigado!
A vós, aos vossos colaboradores, às vossas famílias e a todos aqueles que tendes no coração, bem como à vossa labuta missionária, a todos concedo a minha Bênção.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Aspectos prioritários da formação sacerdotal, em mudança de época: Uma reflexão a partir da experiência na América Latina



Guadalajara, 08 de Maio de 2013 in (Zenit.org) Miguel Romano Gómez |
Oferecemos a seguir uma reflexão de dom Miguel Romano Gómez, bispo auxiliar de Guadalajara, no México, sobre a formação dos futuros sacerdotes, com base nos dados e na experiência dos Seminários da América Latina.
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1. Imaturidade psicológica
Na América Latina, a falta de estabilidade de sacerdotes e de candidatos ao sacerdócio, tanto diocesanos quanto religiosos, é um fato significativo que nos convida a refletir sobre alguns aspectos da formação sacerdotal, seja na sua etapa inicial, seja de modo permanente.
A instabilidade vocacional sempre existiu, mas tende a aumentar em decorrência das transformações culturais que esta mudança de épocas envolve. 26% dos abandonos ministeriais mundiais e 45% das deserções vocacionais nos seminários de todo o mundo acontecem na América Latina, onde o número de católicos por sacerdote tende a crescer rapidamente. Assim como é necessário promover a entrada constante e crescente de jovens aptos para o sacerdócio, também é preciso garantir que aqueles que entram em nossos seminários sejam idôneos e contem com os recursos suficientes para perseverar com fidelidade no ministério.
A maioria das deserções tem origem na formação humana deficiente. Constatamos que as novas gerações de seminaristas e sacerdotes são mais vulneráveis neste campo e apresentam maiores deficiências e condicionamentos hoje do que no passado, sem negar que também existem outras deficiências nas restantes dimensões da formação. Não devemos perder de vista que, na dimensão humana, estão enraizados os demais aspectos da formação sacerdotal, e, portanto, é ela a dimensão a ser consolidada primariamente.
Documento de Aparecida reflete essa preocupação do episcopado latino-americano ao destacar a necessidade de zelar por uma formação que responda melhor aos desafios atuais dos sacerdotes. Particularmente:
“Especial atenção deve ser prestada ao processo de formação humana voltada ao amadurecimento, de tal maneira que a vocação ao sacerdócio ministerial dos candidatos chegue a ser, em cada um deles, um projeto de vida estável e definitivo, mesmo num contexto cultural que exalta o que é descartável e provisório. Diga-se o mesmo da educação para o amadurecimento da afetividade e da sexualidade. Ela deve levar a uma compreensão melhor do significado evangélico do celibato consagrado como valor que configura Jesus Cristo; portanto, como um estado de amor, fruto do dom precioso da graça divina, conforme o exemplo da doação nupcial do Filho de Deus; a acolhê-lo como tal com firme decisão, com magnanimidade e de todo coração; e a vivê-lo com serenidade e fiel perseverança, com a devida ascese praticada num caminho pessoal e comunitário, como entrega a Deus e aos outros, de coração pleno e indiviso”.
Para formar personalidades suficientemente maduras para o ministério sacerdotal, convém revisar as principais áreas da formação na dimensão humana, não tanto em seus conteúdos quanto em suas formas.

2. Formar a inteligência para reconhecer e amar a Verdade
A exortação pós-sinodal Pastores Dabo Vobis enfatiza o amor à verdade como uma das qualidades humanas necessárias para se conseguir uma personalidade equilibrada, sólida e livre (cf. PDV 43). O amor à verdade pressupõe, primeiro, a sua apreensão, o que se obtém mediante a formação da inteligência. A inteligência é formada quando se aprende a pensar, quando ela descobre por si mesma, quando ela lê o interior das realidades, principalmente a realidade pessoal. Os conhecimentos que nascem como fruto da tarefa pessoal de pensar, descobrir, conhecer a si mesmo, entender, conectar acontecimentos, são os que realmente formam essa capacidade.
Por outro lado, é de capital importância levar em consideração, na formação intelectual, a pertinente observação do cardeal John Henry Newman ao distinguir entre dois tipos de conhecimento, que nos levam, por sua vez, a duas maneiras de assentir: o assentimento nocional e o assentimento real. O primeiro se refere ao assentimento de um conhecimento de tipo teórico, científico e mesmo teológico, que se relaciona com a verdade dos princípios gerais; e o segundo, o assentimento real, se refere ao conhecimento do concreto, vivo e próximo. Isto quer dizer que não é a mesma coisa aceitar como verdadeiro que Jesus é o Filho de Deus na teoria e aceitar que verdadeiramente Jesus é o meu Salvador e que, por isso, eu devo agir de modo consequente. Tampouco é a mesma coisa conhecer e aceitar teoricamente os compromissos que o sacerdócio exige, como o celibato, e assumir na própria vida todas as suas consequências. No trabalho formativo, devem ser garantidos os dois tipos de conhecimento, com as suas respectivas formas de assentimento, talvez com maior ênfase no real, mas nunca se prescindindo de um ou do outro. Diante da incoerência que pode apresentar-se entre a forma de se pensar e a forma de se viver, devemos ficar atentos para corrigi-la oportunamente, já que, às vezes, não é bem percebida a relação vital que existe entre os princípios teoricamente aceitos e a própria vida pessoal, nem se consegue traduzi-los em ações concretas e congruentes com esses princípios.

3. Formar o coração: a educação afetiva e da sexualidade
Um dos pontos em que mais se vem insistindo na formação sacerdotal, seja na sua etapa inicial, seja de forma permanente, é o da educação da afetividade e da sexualidade. A maturidade afetiva é o resultado da educação no amor verdadeiro e responsável, que se caracteriza por comprometer toda a pessoa e se expressa mediante o significado “esponsal” do corpo humano (cf. PDV 44). Por sua vez, a maturidade afetiva que se espera dos sacerdotes deve se caracterizar pela prudência, pela renúncia a tudo o que possa pô-la em perigo, pela vigilância do corpo e do espírito, assim como pela estima e respeito nas relações interpessoais com homens e com mulheres (cf. Ibíd.). Trata-se, portanto, de uma tarefa que vai além das meras forças humanas, e que demanda a graça eficaz de Deus, pois é Ele, em suma, o Educador do coração humano.
A mudança de época que estamos vivendo envolve uma série de desafios que têm de ser encarados desde a formação inicial. Podemos notar que, além do incremento do permissivismo moral e do hedonismo, começou a aparecer, também entre os sacerdotes, um novo individualismo de tipo estético-emotivo, que afeta diretamente a dimensão afetiva da pessoa. Este novo individualismo se constitui pela aparência e pela emoção, e nele as coisas são relevantes na medida em que estimulam os sentidos ou engrandecem a imaginação.
Devemos alertar sobre a presença, cada vez mais frequente, do narcisismo, que, junto com a homossexualidade, são as formas típicas de imaturidade afetiva e sexual (cf. OECS 21). O narcisismo contemporâneo caminha junto com a aparição do individualismo de tipo estético-emotivo, e, talvez por isto, se difundiu mais na sociedade. Esse narcisismo tem como característica, além de um equivocado amor por si mesmo, também a ansiedade, já que procura encontrar um sentido para a vida quando se duvida até mesmo da própria identidade. Quem o vive geralmente apresenta atitudes sexuais permissivas e egocêntricas. São pessoas ferozmente competitivas na sua necessidade de aprovação ou de aclamação, que tendem a desprestigiar e desconfiar dos outros. Sua autoestima depende dos outros: não conseguem viver sem uma plateia que os admire e aprove. Apresentam condutas antissociais, em que se foge da cooperação e do trabalho em equipe, porque se trata de pessoas que vivem num lamentável e estéril individualismo. Além disso, são pessoas que tendem à cobiça, são amantes das gratificações imediatas e vivem preocupadas com fantasias de sucesso ilimitado. Sentem-se “especiais” e procuram sempre um tratamento “especial” e de protagonismo. Frequentemente, invejam os outros ou consideram que os outros as invejam, e apresentam comportamentos ou atitudes arrogantes, soberbas, carecendo de empatia para com o próximo.
O número de pessoas narcisistas ou com tendências homossexuais cresceu em nossa sociedade, como consequência da desintegração familiar e do aumento de famílias monoparentais, do permissivismo moral e da cultura hedonista, e, acima de tudo, da falta de afeto e atenção dada aos filhos. Este quadro nos apresenta um particular desafio, tanto na seleção quanto na formação dos candidatos ao sacerdócio, pois são muitos os que procedem de lares problemáticos em que não houve adequada identificação com a figura paterna, ou onde essa figura esteve simplesmente ausente.

Presidente da Associação de Médicos de Moçambique detido pela polícia


O presidente da Associação de Médicos de Moçambique, Jorge Arroz, foi detido, este domingo, pela polícia em Maputo, alegadamente acusado do crime de sedição, disse à Lusa fonte daquela associação profissional.
Dezenas de pessoas estão concentradas diante da 6.ª esquadra da Polícia da República de Moçambique, na capital Maputo, exigindo a libertação do médico que, desde a passada segunda-feira, lidera uma greve do setor da Saúde.
Arroz encontra-se detido numa das celas da esquadra desde as 19 horas locais (18 horas em Portugal Continental) em resultado de um mandado de captura emitido este domingo.
A greve dos médicos e de pessoal de saúde, inicialmente marcada por cinco dias, foi na sexta-feira, último dia agendado, prolongada por tempo indeterminado, estando a afetar seriamente o funcionamento das unidades de saúde no país.
 
 

Greve dos médicos

A Associação Médica de Moçambique (AMM) e a Comissão dos Profissionais de Saúde Unidos (CPSU) reiteraram, esta Sexta-feira (24), em Maputo, que a greve que observam, desde esta Segunda-feira (20), vai continuar por um tempo indeterminado, ou seja, só vai cessar quando o Governo para de intimidar os profissionais da classe e outro pessoal que aderiu à causa, bem como quando respeitar o caderno reivindicativo de forma satisfatória.
A AMM e a CPSU, afirmaram em conferência de imprensa a jornalistas que aproximadamente 95% dos profissionais da Saúde estão em greve desde Segunda-feira. O presidente da AMM, Jorge Arroz, disse que a greve em curso é legítima e é fudamentada pelo número 01 do artigo 87 da Constituição da República moçambicana, que sublinha que: “Os trabalhadores têm direito á greve.”
Entretanto, tem havido uma tentativa, por parte do Executivo, de atropela esse direito consagrado na Lei Mãe, intimida e obriga a classe dos médicos e outros profissionais da Saúde a trabalhar de forma compulsiva, espanca  e prende os mesmos profissionais, particularmente no distrito de Magude. O grupo ora maltratado, submetido a torturas psicológicas e físicas, dentre outras atrocidades que testemunham a arrogância dos dirigentes hospitalares, não está a fazer nada de errado senão reivindicar os seus direitos.
Jorge Arroz sublinhou que a grande preocupação dos prestadores de serviços públicos, no sector da saúde, no país, passa por proporcionar um atendimento hospitalar digno e humanitário para os seus compatriotas. Mas para o efeito é preciso que se criem mínimas condições de trabalho, diferentemente do que acontece actualmente, em que falta quase tudo, isto é, medicamentos, batas, mascaras, equipamento de protecção pessoal, remuneração satisfatória e valorização da pessoa que cuida dos doentes. Mas esta mesma pessoa faz de tudo para salvar vidas.
“Nós fomos abandonados para privilegiar outras prioridades fora do sector da saúde”, disse Arroz, que recordou à população que os médicos não estão alheios e insensíveis à falta de atendimento clínico, mas sim cansados com a onda de opressão e humilhação a que estão voltados. O fim do sofrimento de tantos moçambicanos está nas mãos dos dirigentes deste país e que devem valorizar o trabalho de todos profissionais da Saúde.
Arroz acrescentou que “a Constituição da República no seu artigo 80 defende que todo o cidadão tem o direito de não acatar ordens ilegais ou que ofendam os seus direitos, liberdades e garantias. O n°3 do artigo 112 acrescenta que “o Estado defende que o trabalho igual deve corresponder ao salário igual”.
A classe médica mostra-se preocupada com o rumo da greve, porque o Governo não se mostra aberto a um diálogo franco e construtivo para ultrapassar o diferendo entre as partes, assegurou Arroz. As alegações do Executivo de que a comissão está desorganizada é uma mentira, porque todos parâmetros das inquietações foram definidas de forma clara e organizada no caderno reivindicativo, respondeu Arroz.
O que mais agastou o pessoal da Saúde é que o reajuste salarial foi definido à sua revelia, violando o memorando acordado entre a AMM e o Governo.
Atendimento médico cada vez mais condicionado
Ao quinto dia da greve é cada vez mais evidente a incapacidade do Ministério da Saúde em colmatar a ausência dos médicos, enfermeiros e mesmo dos serventes.
Na maior Unidade Hospitalar do país, o Hospital Central de Maputo, o cenário começa a arrepiar desde a entrada do Banco de Socorros onde antes mesmo dos doente entrarem são submetidos a uma triagem informal, efectuada por socorristas da Cruz Vermelha, que procuram dissuadir a entrada de cidadãos que aparentam não sofrerem de enfermidades graves.
Embora não seja dito abertamente não há serviços médicos a lista do que não há começa na impossibilidade de fazer um simples raios X, uma ecografia ou um teste de malária, passando por atendimentos mais especializados de urologia, radiologia e até mesmo hemodiálises não estão a ser feitas. Das enfermarias chegam-nos relatos de doentes que tem sido forçados a limparem as casas de banho que usam e de roupa hospitalar suja que se vai acumulando.
Na cidade capital de Sofala, Beira, temos relatos que hoje as portas do maior Hospital no centro de Moçambique estiveram fechadas, por profissionais em greve, que impediram a entrado dos colegas que estão a furar a paralisação. Há indicações que a polícia foi chamada para obrigar a abertura do Hospital. Entretanto os doentes desesperam e temos relatos de uma doente que terá mesmo saltado o muro od HCB para procurar atendimento a alguém que estivesse a trabalhar no interior.
Na capital norte, Nampula, doentes internados no Hospital Central local tem recebido acompanhamento médico irregular. As consultas não tem estado a acontecer funcionando apenas o Banco de Socorros onde médicos militares juntaram-se aos médicos estrangeiros que tem estado a assegurar os serviços mínimos.


sexta-feira, 24 de maio de 2013

Alguns momentos da Peregrinação ao Santuário Arquidiocesano da Namaacha- 11-12/05













CAMPANHA DE DOAÇÃO DE SANGUE

Na manhã do dia 24 de Maio, o nosso Seminário acolheu uma equipa do Banco de Sangue que previamente tinha solicitado uma campanha para a recolha do precisoso líquido.
Tendo sido acolhido favoravelmente este pedido, os futuros presbíteros não reservaram a sua generosidade diante de uma necessidade como o é do sangue.
Recorde-se que de acordo com as informaçãoes veiculadas pelos Mass Media, o pais está a viver uma situação constrangedora provocada pela greve dos médicos...
Não obstante tudo isto , os seminaristas abriram os seus corações para ver se podem salvar vidas dando o melhor de si mesmo...

Prévio exame antes da doação
Momento da doação do precioso líquido

Crónicas

10/05/2013 - Procurando responder a realidade da interdisciplinariedade e com o intuíto de oferecer uma visão ao nossos futuros pastores sobre realidades candentes da nossa Sociedade, teve lugar no Seminário, nesta data, uma Palestra sob o tema: Educação fiscal e regularização de impostos. A Palestra foi orientada pela Drª Margarida Saldanha, Delegada da Autoridade Tributária da Área fiscal da cidade de Maputo e contou com a presença do Dr Formiga e Drª Natércia, funcionários da Autoridade Tributária.

11-12/05/ 2013: Os estudantes do 3º Ano do nosso Seminário, participaram na Peregrinação arquidiocesana ao Santuário de Nossa Senhora de Fátima da Namaacha. Foi uma peregrinação muito concorrida. Fizeram parte da peregrinação, 3 sacerdotes da equipa formadora: Pe Tonito Muananoua, Pe Joaquim Lopes e o Pe Silvio Anovo.
Sete dos estudantes do 3º Ano, fizeram a sua peregrinação à pé, a partir da Sexta feira.
Na nossa avaliação comunitáriia, foi uma boa experiência.
Os estudantes do 1º e 3º Anos, fizeram a sua peregrinação no Seminário em sintonia com os peregrinos. Houve uma procissão e reza do Terço. 

12/05/ 2013: Hospedou-se no nosso Seminário  de passagem para Itália,S. Excia Rev.ma Dom Manuel Chuanguira Machado, Bispo emérito de Gurúè e o Padre Luciano Cominotti, sacerdote diocesano de Gurúè.

18/05/2013 - Na programação das nossa actividades académicas, estava prevista a celebração dos aniversários do I semestre na nossa Comunidade. A celebração vespertina foi da Vigília do Pentecostes. Presidiu a Eucaristia o Reverendo Padre Sílvio Anovo, Director Espiritual do Seminário que também celebrou o seu aniversário no passado dia 14 de Maio.
Na sua homilia, padre Silvio fez um testemunho da sua própria vida, sem deixar de exortar a assembleia sobre o lugar que ocupa o Espírito Santo na vida do cristão.
Durante a celebração, houve um momento simbolico em que cada um dos membros da comunidade, aproximou-se do Círio Pascal onde retirou um dom do Espírito Santo para vivê-lo até ao próximo Pentecostes.
Finda a celebração teve lugar o ágape  e seguiu-se o momento dsa recreação no Auditorium local, onde foram distribuídos presentes aos aniversariantes. A TODOS OS ANIVERSARIANTES DO I SEMESTRE, PARABÉNS!!!

 

quinta-feira, 9 de maio de 2013